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Evitando os DEPS para não forfetar
Domingo, 21 de Junho de 2009
 
O mundo dos rallies possui uma linguagem própria, criada ao longo de décadas para facilitar a comunicação em um esporte extremamente especializado. Quando a 17ª edição do Rally Internacional dos Sertões der a largada, na próxima quarta-feira (24), os "coelhos” Ricardo Mello e Nino Bernucci já estarão a centenas de quilômetros de distância, percorrendo o trajeto a ser trilhado pelos cerca de 130 veículos inscritos. Mello (44 anos) e Bernucci (46) são responsáveis pela última checagem do roteiro de 5.036 quilômetros determinado pela equipe que estabelece quais serão os (sempre tortuosos) caminhos desta já tradicional corrida – um trabalho chamado de "levantamento”.

"Nossa missão é detectar modificações recentes no trajeto, já que o Sertões percorre estradas comuns e campos abertos”, explica Ricardo Mello que, na "vida civil”, é representante comercial. "Pode ter caído uma ponte, alguém pode ter levantado uma cerca ou as chuvas podem causar uma grande erosão”. Tudo isso representa curecas (perigo) para carros, caminhões e motos trafegando em altíssima velocidade. "Nós avisamos a organização com bastante antecedência, para que ela possa decidir como evitar situações críticas”, completa Nico Bernucci, que é promotor de eventos no segmento de esportes a motor.

"Coelho” é um termo retirado das corridas de cães, nas quais um mecanismo faz um boneco com a aparência de um coelho dispare na frente para que seja perseguido pelos competidores de quatro patas. Esta é apenas um dos vários termos criados para facilitar a comunicação no mundo dos rallies, um esporte extremamente especializado e técnico. A terminologia coleciona ainda outras analogias, como "costela” e "facão”. Há também vocábulos cuja origem se perdeu no tempo, como "cureca”. Outras terminologias derivam das abreviações encontradas nos livros de bordo (com indicações que ajudam os navegadores a indicar o caminho e a prevenir os pilotos de perigos, ou curecas, à frente). É o caso de DEPS, que você viu no título desta matéria, vocábulo que corresponde a uma "depressão de poças secas” (formadas pela água das chuvas que secou e modificou o formato do piso). Veja abaixo alguns termos do jargão cotidiano e do livro de bordo que são utilizados no mundo dos rallies:

Palavras de uso corriqueiro:

• Coelho – designa o membro da equipe que sai com três dias de antecedência (no Sertões) para checar possíveis imprevistos e mudanças no roteiro, como uma ponte caída, uma nova cerca ou buraco de grandes dimensões
• Concentração – Local nas cidades onde o rally "estaciona”, depois da especial daquele dia
• Costela – pequenas irregularidades no piso ou mini lombadas que, quando o carro passa em alta velocidade, dão a sensação de se estar trafegando por "costelas” gigantes
• Cureca – É a palavra para perigo. Possui graduação, indicada nos livros de bordo, que vai de 1 a 3 curecas. Antes, a graduação era indicada por caveiras (de 1 a 3), mas atualmente usam-se pontos de exclamação
• Deslocamento – trechos do rally entre uma especial e outra
• DEPS – Indica "depressão de poças secas”, resultado da ação da água da chuva em piso de terra que, quando seca, deixa deformidades no piso
• Especial – Trecho de alta velocidade, cronometrado, ou partes do roteiro onde a corrida é realmente disputada
• E3 – Simbologia usada internacionalmente nos rallies para indicar estreitamento de pista
• Forfetar – Após o prazo máximo de chegada para dado veículo em determinado dia, há um período no qual o competidor deve entregar seu cartão de controle de horário. Universalmente, este prazo é de 30 minutos. Se perder o prazo, o veículo "forfetou”, ou seja, será penalizado com a perda do resultado conquistado naquele dia e cairá muitas colocações
• Levantamento – Determinação do roteiro do rally, realizado ao longo de meses de trabalho por uma equipe especializada da organização
• Lombas – Lombadas grandes que podem causar saltos violentos e quebra de elementos da suspensão
• Quebradeira – Trecho formado por piso com muitas pedras e buracos, geralmente em descida
• Piçarra – tipo de solo formado pela mistura de fragmentos de rocha, areia e outros, mas que conserva, ainda vestígios da textura original da rocha. Também chamado de tapururuca
• Prime – Disputa tipo ponto a ponto (sem formação de circuito) em alta velocidade. Muitas vezes é apenas uma exibição promocional
• Sentinel – Sistema que sinaliza eletronicamente ao carro da frente que há um bólido mais rápido solicitando ultrapassagem. O dispositivo aciona uma luz no painel e um alarme sonoro. É usado geralmente em trechos poeirentos e de pouca visibilidade
• Spy – Equipamento que indica infrações, como excesso de velocidade em zonas de radar. Fornece dados sobre o percurso e indicações do comportamento do veículo naquele dia
• Super prime – Disputa em alta velocidade em circuito fechado (tipo um autódromo de terra), no qual os obstáculos são produzidos artificialmente (por trator, como morretes, depressões, curvas de raios variados)
• Zona de radar – Área de velocidade controlada através do Spy, geralmente em vilarejos e trechos perigosos
• Way point – coordenada geográfica para utilização no GPS. Indica pontos da rota a ser empregada pelo competidor
• Facão – Sulcos no solo formados pela passagem de diversos veículos, que acabam influenciando o rendimento dos competidores que vierem depois naquele trecho. São chamados facões tanto os sulcos quando a porção de terra, saliente, que se acumula entre eles


Termos utilizados no livro de bordo:

! - Cureca (perigo)
!! – Dupla cureca
!!! – Tripla cureca (risco elevado, baixar a velocidade ao mínimo)
D – Indica trecho de deslocamento, ou trechos do rally entre uma especial e outra
DEPS – Depressões na estrada de poça seca
EROS – Erosão na estrada
FZR – Fim de zona de radar
ITE – Início do trecho especial (cronometrado)
IZR – Início de zona de radar (velocidade controlada)
LAPE – Laje de pedra (piso de pedra onde o veículo irá trafegar)
LBD – Lombada dupla
MB – Mata burro
MBVCL – Mata burro com vão central longitudinal
PTVCL – Ponte de toras com vão central longitudinal
R-30 – Radar 30 km/h
V – Vila
 
Rodolpho Siqueira
 
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